BEM VINDOS AO BLOGGER DA TURMA 2013.1 DO CURSO DE AGROECOLOGIA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA(UEPB), LOCALIZADO NO MUNICÍPIO DE LAGOA SECA NA PARAÍBA. AQUI VOCÊS ENCONTRARÃO ASSUNTOS VOLTADOS PARA A AGROECOLOGIA.CURTAM, DEIXEM SEUS DEPOIMENTOS, MENSAGENS POR E-MAIL, SUGESTÕES. COMPARTILHEM E DIVULGUEM ESSE BLOGGER. CONTATOS: agroecologials2013@hotmail.com
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
GREVE DA UEPB CONTINUA
Greve de professores da UEPB segue nesta 2ª
Cerca de 20 mil alunos estão sem aula, de acordo com as informações passadas pela Associação dos Docentes da Universidade Estadual da Paraíba (Aduepb).
Os professores reivindicam um reajuste salarial de 17,7%, concedido após a regulamentação de uma resolução do Conselho Universitário (Consuni).
A reitoria informou que respeita o direito dos servidores de realizar a paralisação, mas que a instituição não tem capacidade financeira de conceder qualquer reajuste salarial.
Atualmente a instituição conta com aproximadamente 1.300 professores distribuídos nos oito campis da UEPB (Campina Grande, Lagoa Seca, Guarabira, Catolé do Rocha, Monteiro, Patos, João Pessoa e Araruna).
Para esta terça-feira (26), está prevista uma assembleia geral da categoria.
http://www.pbagora.com.br/conteudo.php?id=20130225081621&cat=educacao&keys=greve-professores-uepb-segue-nesta
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
ANA PRIMAVESI -PIONEIRA NA AGROECOLOGIA!
PERFIL FILHA DA TERRA PIONEIRA DA AGROECOLOGIA NO PAÍS, ANA PRIMAVESI ENSINA HÁ MAIS DE 60 ANOS QUE É POSSÍVEL ALIAR A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS À CONSERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE. (Texto de Janice Kiss. Fotos de Ernesto de Souza). |
Desde o início, ela manteve uma relação de intimidade com a terra. Talvez faça parte da herança da família de agricultores, no vilarejo de St.Georgen Ob Judenburg, no sul da Áustria. E foi na capital daquele país, Viena, que ela cursou Agronomia e casou-se com um colega de profissão. Mas a forte ligação com a natureza fez a agrônoma Ana Maria Primavesi ir na contramão das técnicas estabelecidas e procurar sempre se guiar pelos sinais que o solo oferece. Na sua forma de diagnosticá-lo, estão inclusas as práticas de cheirar a terra para saber se a matéria orgânica foi enterrada profundamente e sentir entre as mãos sua textura como indicativo do equilíbrio de nutrientes. Por mais de 60 anos, a maior parte deles no Brasil, ela se aperfeiçoa numa agronomia que, no seu modo de ver, 'não compete com as leis da natureza'. A doutora Ana Primavesi que preferiu excluir o Maria de seu nome por uma recomendação da numerologia, pois 'não dava um número bom', é considerada uma das pioneiras da agroecologia no país, ciência que leva em conta o restabelecimento ou a conservação do solo permeável protegido por uma vegetação diversificada. Numa tradução simplificada, significa extrair dos recursos naturais as condições ideais para o desenvolvimento das lavouras.
No seu modo de entender, os métodos de cultivo da terra em 1945 eram mais avançados se comparados aos dos dias de hoje, porque os homens não tinham optado pela monocultura. 'O plantio único nos trouxe uma avalanche de doenças aplacadas por agrotóxicos', afirma. E Ana Primavesi aproveita para dar uma aula. 'O adubo químico é basicamente formado por três elementos e a planta necessita de 45', diz. Suas comparações nem de longe evocam uma espécie de saudosismo. Ela as utiliza como dados valiosos nas palestras que costuma proferir, atendendo a convites, em países da América Latina e Europa. No ano passado foram quase 40. |
http://revistagloborural.globo.com/GloboRural/0,6993,EEC500416-1641-1,00.html
PIONEIRISMO
(texto Janice Kiss. Fotos Ernesto de Souza)
(texto Janice Kiss. Fotos Ernesto de Souza)
A sua fala é assim, um misto de ensinamentos agronômicos quase nunca dissociados de uma análise econômica. E tem alguns pontos que a doutora Primavesi não se cansa de repetir, como as diferenças entre agricultura orgânica e ecológica. A primeira, segundo ela, substitui o uso de defensivos químicos e se fixa no combate às doenças, ao contrário da segunda, que se preocupa com o porquê do aparecimento das moléstias. 'A agroecologia não é uma visão fatorial, procura evitar a doença em vez de combatê-la', analisa. Para deixar mais claro, exemplifica com um caso que aconteceu na sua própria fazenda. Certa vez, a lagarta-do-cartucho não perdoou o milharal. Ela percebeu, porém, que a razão do ataque estava na deficiência de boro na terra. 'Depois de cinco a oito quilos de bórax por hectare não tem lagarta que apareça', explica. VIDA NO SOLO Sempre que pode Ana Primavesi gosta de enaltecer a sabedoria nata dos agricultores antigos que, ao trabalharem com o aradinho de boi ou de burro, não lavravam a terra a mais de 12 ou 15 centímetros de profundidade. Dessa forma, não sacrificavam a vida dos microorganismos de solo que produzem grande quantidade de antibióticos e são afetados quando a remoção é mais profunda. Tudo o que a doutora diz nas palestras não tem como destino apenas ouvintes já acostumados a sua orientação ecológica. Seu público é bem mais amplo: de empresas especializadas em biotecnologia a pecuaristas que buscam a melhoria da pastagem para o gado. Boa parte das recomendações são elaboradas na Fazenda Ecológica, propriedade escolhida em razão de seu amor às montanhas e por se tratar de uma região de pecuária, portanto, sem risco de pulverização com agrotóxicos. Às vezes interrompe o trabalho para tomar um café com stévia ou preparar geléias de frutas orgânicas que nunca come, porque contêm açúcar. Mas elas são reservadas aos amigos que vão até lá à procura de uma boa prosa. |
Frases TEXTO JANICE KISS FOTOS ERNESTO DE SOUZA |
'' O trabalho dela é admirável porque nunca desprezou alguns fatores como a erosão do solo ou o desperdício da água, numa agricultura que toma caminhos cada vez mais preocupantes.'
Washington Novaes, jornalista
'' Antes de tudo, uma profissional corajosa que enfrentou o conservadorismo em nome de uma visão mais ampla da agronomia.'
Jackson Teruo Ota, agrônomo e vice-gerente de Certificação do Instituto Biodinâmico
'' O respeito aos processos naturais e à conservação do solo fizeram de Ana Primavesi uma referência no modelo de desenvolvimento sustentável de exploração agrícola.'
Walter Lazzarini, ex-secretário da Agricultura de São Paulo e consultor ambiental
'' A vida pulsa forte nessa mulher carinhosa que foi capaz de deixar perplexos os especialistas que se aprofundavam cada vez mais em suas análises estreitas.'
José Pedro Santiago, Organização Internacional Agropecuária
FILHA DA TERRA
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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
SUSTENTABILIDADE E AGROECOLOGIA - LAGOA SECA
ESCOLA ESTADUAL DE LAGOA SECA - HORTA ECOLOGICAMENTE CORRETA!
Lagoa Seca é um município brasileiro localizado na Região Metropolitana de Campina Grande, estado da Paraíba. Sua população em 2011 foi estimada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 26.034 habitantes,distribuídos em 109 km² de área.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no ano de 2006 sua população era estimada em 26.000 habitantes. Seu clima é o tropical úmido, com temperatura média anual em torno de 22°C, sendo a mínima de 14°C e a máxima de 33°C. A cidade é limitada pelos municípios de Campina Grande, Massaranduba, Matinhas, São Sebastião de Lagoa de Roça, Montadas, Puxinanã e Esperança (apenas 100 m. de limite).
https://www.youtube.com/watch?v=d-NlVHNm7pk
CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA
EM LAGOA SECA-PB
https://www.youtube.com/watch?v=ne8Cnwzuj2w
JENEILSON ALVES ESTUDANTE DO CURSO AGROECOLOGIA CONSEGUE BOLSA NA ESPANHA PARA DESENVOLVER ESTUDOS APERFEIÇOANDO A TÉCNICA
https://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&NR=1&v=AQrXksSeK4s
AGROECOLOGIA NA ESCOLA - TERESÓPOLIS-RJ
Teresópolis é um município da Microrregião Serrana, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil. Ocupa uma área de 770,601 km², contando com uma população de 167 622 habitantes (2012), segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O seu centro tem uma temperatura média anual de dezesseis graus centígrados. Na vegetação do município, predomina a mata atlântica. Em relação à frota automobilística, em 2009 foram contabilizados 36 336 veículos. O município contava, em 2009, com 75 estabelecimentos de saúde. O seu Índice de Desenvolvimento Humano é de 0,790.
https://www.youtube.com/watch?v=g4LJGXfONzw
HORTA AGROECOLÓGICA
https://www.youtube.com/watch?v=OdQddPAbbx0
Teresópolis é um município da Microrregião Serrana, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil. Ocupa uma área de 770,601 km², contando com uma população de 167 622 habitantes (2012), segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O seu centro tem uma temperatura média anual de dezesseis graus centígrados. Na vegetação do município, predomina a mata atlântica. Em relação à frota automobilística, em 2009 foram contabilizados 36 336 veículos. O município contava, em 2009, com 75 estabelecimentos de saúde. O seu Índice de Desenvolvimento Humano é de 0,790.
https://www.youtube.com/watch?v=g4LJGXfONzw
Ricardo lança prêmio de agroecologia na abertura de seminário em CG
Terça-feira, 19 de fevereiro de 2013 - 19h23
O governador Ricardo Coutinho assinou, nesta terça-feira (19), em Campina Grande, convênios de cooperação técnica do Projeto Cooperar com o Banco do Nordeste e Embrapa para projetos de financiamento e assistência técnica e pesquisa no semiárido paraibano. A assinatura aconteceu durante a abertura do Seminário “Paraíba – Desertificação, agroecologia e os desafios da sustentabilidade”, no Centro de Convenções Raymundo Asfora, quando também lançou o Prêmio Ana Primavesi de Agroecologia.
Ricardo ressaltou que o lançamento de um prêmio a experiências de agroecologia homenageia uma pessoa que dedicou a sua vida ao fortalecimento da agricultura orgânica, da preservação adequada do solo. O prêmio será dado anualmente aos pesquisadores e agricultores que desenvolverem projetos de agroecologia e manejos do solo na Paraíba. A homenageada, escritora e engenheira agrônoma austríaca Ana Maria Primavesi, 93 anos, bastante emocionada, agradeceu a criação do prêmio com o seu nome e a hospitalidade dos paraibanos. “Quando venho ao Nordeste é como se estivesse voltando para casa, pois somos muito bem recebidos e nos sentimos bem”, afirmou. Ela é radicada no Brasil e pioneira na construção e difusão do conhecimento agroecológico e na agricultura orgânica no Brasil..
O seminário tratou de temas como ações de convivência no semiárido, algodão agroecológico, desertificação e formas de enfrentamento, agroecologia e desafios do ensino, pesquisa e extensão, desenvolvimento sustentável. Em seu pronunciamento, o governador Ricardo Coutinho relatou as ações que o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca e órgãos como Emater e Emepa, vem adotando para promover uma melhor convivência dos produtores no semiárido, a exemplo da liberação de R$ 41 milhões para financiar 451 subprojetos em 148 municípios por meio do Projeto Cooperar. “São experiências como a cooperativa de tangerina em Matinhas, abatedouro de galinha caipira em São Sebastião de Lagoa de Roça e Monteiro e as casas de mel no Brejo sempre com um olhar agroecológico para oferecer produtos mais saudáveis a população”, comentou.
O gestor do Projeto Cooperar, Roberto Vital, afirmou que o órgão tem priorizado os investimentos em inclusão produtiva associada à agroecologia e também em obras de infraestrutura hídrica nas regiões do semiárido. Os projetos apoiados pelo Cooperar são resultantes da parceria entre o Governo do Estado e o Banco Mundial. O próximo acordo de empréstimo encontra-se em pré-análise no valor de cerca de R$ 100 milhões. Para que a parceria seja renovada, é fundamental o empenho das associações de agricultores, conselhos municipais e prefeitos, no sentido de estimular a dinamização democrática das propostas de desenvolvimento rural sustentável no Estado.
Durante o seminário, o governador Ricardo Coutinho assinou convênios de cooperação técnica do Cooperar com o superintendente do Banco do Nordeste na Paraíba, José Maria Vilar e com a representante da Embrapa, Maria Auxiliadora Lemos para projetos de financiamento e assistência técnica e pesquisa no semiárido
Representantes de vários estados participam do evento, a exemplo dos gestores dos programas de Redução da Pobreza Rural (PRPR) do Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe e Pernambuco. Formaram a mesa de honra do evento, além do governador Ricardo Coutinho, o vice-governador, Rômulo Gouveia, o secretário de Planejamento do Estado, Gustavo Nogueira; o secretário de Agricultura de Campina Grande, Guilherme Almeida; o secretário de Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca, Marenilson Batista; o deputado estadual Assis Quintans, o superintendente do BNB na Paraíba, José Maria Vilar, a pesquisadora da Embrapa, Maria Auxiliadora; o reitor Rangel Júnior; o gestor do Cooperar, Roberto Vital e a escritora Ana Primavesi.
Agricultores debatem importância da agroecologia no primeiro dia de seminário
Cerca de 500 agricultores, estudantes, empresários e representantes de vários órgãos ligados à agricultura local participaram do primeiro dia de atividades do seminário “Paraíba – Desertificação, agroecologia e os desafios da sustentabilidade”. O evento, promovido pelo Governo do Estado, por meio do Projeto Cooperar, é realizado no Centro de Convenções, Raimundo Asfóra, em Campina Grande, e termina na tarde desta quarta-feira (20).
Cerca de 500 agricultores, estudantes, empresários e representantes de vários órgãos ligados à agricultura local participaram do primeiro dia de atividades do seminário “Paraíba – Desertificação, agroecologia e os desafios da sustentabilidade”. O evento, promovido pelo Governo do Estado, por meio do Projeto Cooperar, é realizado no Centro de Convenções, Raimundo Asfóra, em Campina Grande, e termina na tarde desta quarta-feira (20).
Logo nas primeiras horas do seminário, os participantes se mostraram interessados em debater principalmente a agroecologia. “Vimos que o homem do campo está cada vez mais consciente sobre o uso sustentável do solo e está disposto a colaborar com a preservação do meio ambiente”, declarou o gestor do Projeto Cooperar, Roberto Vital, adiantando que “o debate hoje gira em torno dos meios e estratégias que levem à prática dessa iniciativa”.
Um dos destaques da programação desta terça foi a homenagem feita à engenheira agrônoma Ana Primavesi, uma das mais importantes pesquisadoras da agroecologia e da agricultura orgânica no mundo. Primavesi é pioneira na preservação do solo e recuperação de áreas degradadas e foi convidada pelo Governo do Estado a participar do evento em Campina Grande como forma de incentivar o debate sobre o tema e também para homenagem. Em seu discurso, ela enfatizou que “solo sadio leva à planta sadia, consequentemente deixa o homem sadio”.
Outra participante dos debates foi a professora da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Adriana Meira, que coordena um programa de agroecologia na região do Cariri e se mostrou satisfeita com as discussões neste primeiro dia. “Foi muito bom debater e compartilhar as experiências que desenvolvemos em Sumé, como ações voltadas à educação e ao solo, convivência com o semiárido, feiras agroecológicas e viveiros escolares”, comentou.
Nesta quarta-feira, o debate continua com foco nas ações de convivência com o semiárido (experiência na Serra de Teixeira), algodão agroecológico (viabilidade técnica e econômica no contexto do semiárido), exposição de experiências em agroecologia e apresentação da Carta de Campina Grande: Desertificação, Agroecologia e os Desafios da Sustentabilidade, que encerra o evento.
http://www.paraiba.pb.gov.br/64462/ricardo-assina-termo-de-cooperacao-tecnica-para-financiamentos-em-pesquisas-no-semiarido-paraibano.html
AGROECOLOGIA-UEPB-LAGOA SECA
CURSO DE AGROECOLOGIA DA UEPB
EM LAGOA SECA !
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ESTAMOS ANIMADOS PARA CONHECER MAIS SOBRE ASSUNTOS TÃO IMPORTANTES PARA A SOCIEDADE.
AGROECOLOGIA !
Considera-se Agroecologia como Ciência ou campo de conhecimentos
de natureza multidisciplinar, cujos ensinamentos pretendem contribuir na
construção de estilos de agricultura de base ecológica e na elaboração de
estratégias de desenvolvimento rural, tendo-se como referência os ideais da
sustentabilidade numa perspectiva multidimensional. Adiante
destacamos três sínteses conceituais de renomados Agroecólogos (Altieri,
Gliessman, Sevilla Guzmán), seguidas de um artigo de opinião, com o objetivo de
colocar ênfase na natureza científica da Agroecologia.
1. Agroecologia
Miguel A. Altieri (Universidade da Califórnia, Campus de Berkley, EUA)
É a ciência ou a disciplina científica que apresenta uma série de princípios,
conceitos e metodologias para estudar, analisar, dirigir, desenhar e avaliar
agroecossistemas, com o propósito de permitir a implantação e o desenvolvimento
de estilos de agricultura com maiores níveis de sustentabilidade. A Agroecologia
proporciona então as bases científicas para apoiar o processo de transição para
uma agricultura “sustentável” nas suas diversas manifestações e/ou
denominações.
2. Enfoque agroecológico
Stephen R. Gliessman (Universidade da Califórnia, Campus de Santa Cruz, EUA)
O enfoque agroecológico corresponde a aplicação dos conceitos e princípios da
Ecologia no manejo e desenho de agroecossistemas sustentáveis.
3. Agroecologia e desenvolvimento rural
Eduardo Sevilla Guzmán (Universidade de Córdoba – Espanha)
Agroecologia constitui o campo do conhecimentos que promove o “manejo
ecológico dos recursos naturais, através de formas de ação social coletiva que
apresentam alternativas à atual crise de Modernidade, mediante propostas de
desenvolvimento participativo desde os âmbitos da produção e da circulação
alternativa de seus produtos, pretendendo estabelecer formas de produção e de
consumo que contribuam para encarar a crise ecológica e social e, deste modo,
restaurar o curso alterado da coevolução social e ecológica. Sua estratégia tem
uma natureza sistêmica, ao considerar a propriedade, a organização comunitária e
o restante dos marcos de relação das sociedades rurais articulados em torno à
dimensão local, onde se encontram os sistemas de conhecimento portadores do
potencial endógeno e sociocultural. Tal diversidade é o ponto de partida de suas
agriculturas alternativas, a partir das quais se pretende o desenho participativo de
métodos de desenvolvimento endógeno para estabelecer dinâmicas de
transformação em direção a sociedades sustentáveis”.
4. Agroecologia: enfoque científico e estratégico (1)
Francisco Roberto Caporal (2); José Antônio Costabeber (3)
De algum tempo para cá, quase todos nós temos lido, ouvido, falado e opinado
sobre Agroecologia. As orientações daí resultantes têm sido muito positivas,
porque a referência à Agroecologia nos faz lembrar de uma agricultura menos
agressiva ao meio ambiente, que promove a inclusão social e proporciona
melhores condições econômicas para os agricultores de nosso estado. Não
apenas isto, mas também temos vinculado a Agroecologia à oferta de produtos
“limpos”, ecológicos, isentos de resíduos químicos, em oposição àqueles
característicos da Revolução Verde. Portanto, a Agroecologia nos traz a idéia e a
expectativa de uma nova agricultura, capaz de fazer bem aos homens e ao meio
ambiente como um todo, afastando-nos da orientação dominante de uma
agricultura intensiva em capital, energia e recursos naturais não renováveis,
agressiva ao meio ambiente, excludente do ponto de vista social e causadora de
dependência econômica.Realização Comissões Conceitos Histórico Buscar Títulos Programa
Por outro lado, e isto é importante que se diga, o entendimento do que é a
Agroecologia e onde queremos e podemos chegar com ela não está claro para
muitos de nós ou, pelo menos, temos tido interpretações conceituais diversas que,
em muitos casos, acabam nos prejudicando ou nos confundindo em relação aos
propósitos, objetivos e metas do trabalho que todos estamos empenhados em
realizar. Apenas para dar alguns exemplos do mau uso do termo, não raras vezes
tem-se confundido a Agroecologia com um modelo de agricultura, com um produto
ecológico, com uma prática ou tecnologia agrícola e, inclusive, com uma política
pública. Isso, além de constituir um enorme reducionismo do seu significado mais
amplo, atribui à Agroecologia definições que são imprecisas e incorretas sob o
ponto de vista conceitual e estratégico, mascarando a sua real potencialidade de
apoiar processos de desenvolvimento rural. Por estes motivos, e sem ter a
pretensão de fazer, neste momento, qualquer aprofundamento teórico e/ou
metodológico, nos parece conveniente mencionar, objetivamente, como a
Agroecologia vem sendo encarada sob o ponto de vista acadêmico e o seu vínculo
com a promoção do desenvolvimento rural sustentável.
Com base em vários estudiosos e pesquisadores nesta área (Altieri, Gliessman,
Noorgard, Sevilla Guzmán, Toledo, Leff), a Agroecologia tem sido reafirmada
como uma ciência ou disciplina científica, ou seja, um campo de conhecimento de
caráter multidisciplinar que apresenta uma série de princípios, conceitos e
metodologias que nos permitem estudar, analisar, dirigir, desenhar e avaliar
agroecossistemas. Os agroecossistemas são considerados como unidades
fundamentais para o estudo e planejamento das intervenções humanas em prol do
desenvolvimento rural sustentável. São nestas unidades geográficas e
socioculturais que ocorrem os ciclos minerais, as transformações energéticas, os
processos biológicos e as relações sócio-econômicas, constituindo o lócus onde
se pode buscar uma análise sistêmica e holística do conjunto destas relações e
transformações. Sob o ponto de vista da pesquisa Agroecológica, os primeiros
objetivos não são a maximização da produção de uma atividade particular, mas
sim a otimização do equilíbrio do agroecossistema como um todo, o que significa a
necessidade de uma maior ênfase no conhecimento, na análise e na interpretação
das complexas relações existentes entre as pessoas, os cultivos, o solo, a água e
os animais. Por esta razão, as pesquisas em laboratório ou em estações
experimentais, ainda que necessárias, não são suficientes pois, sem uma maior
aproximação aos diferentes agroecossistemas, elas não correspondem à
realidade objetiva onde seus achados serão aplicados e, tampouco, resguardam o
enfoque ecossistêmico desejado. São relações complexas deste tipo que
alimentam a moderna noção de sustentabilidade, tão importante aspecto a ser
considerado na atual encruzilhada em que se encontra a humanidade.
Em essência, o Enfoque Agroecológico corresponde à aplicação de conceitos e
princípios da Ecologia, da Agronomia, da Sociologia, da Antropologia, da ciência
da Comunicação, da Economia Ecológica e de tantas outras áreas do
conhecimento, no redesenho e no manejo de agroecossistemas que queremos
que sejam mais sustentáveis através do tempo. Se trata de uma orientação cujas
pretensões e contribuições vão mais além de aspectos meramente tecnológicos
ou agronômicos da produção agropecuária, incorporando dimensões mais amplas
e complexas que incluem tanto variáveis econômicas, sociais e ecológicas, como
variáveis culturais, políticas e éticas. Assim entendida, a Agroecologia
corresponde, como afirmamos antes, ao campo de conhecimentos que
proporciona as bases científicas para apoiar o processo de transição do modelo
de agricultura convencional para estilos de agriculturas de base ecológica ou
sustentáveis, assim como do modelo convencional de desenvolvimento a
processos de desenvolvimento rural sustentável.
Suas bases epistemológicas mostram que, historicamente, a evolução da cultura
humana pode ser explicada com referência ao meio ambiente, ao mesmo tempo
em que a evolução do meio ambiente pode ser explicada com referência à cultura
humana. Ou seja: a) Os sistemas biológicos e sociais têm potencial agrícola; b)
este potencial foi captado pelos agricultores tradicionais através de um processo
de tentativa, erro, aprendizado seletivo e cultural; c) os sistemas sociais e
biológicos co-evoluíram de tal maneira que a sustentação de cada um depende
estruturalmente do outro; d) a natureza do potencial dos sistemas social e
biológico pode ser melhor compreendida dado o nosso presente estado do
conhecimento formal, social e biológico, estudando-se como as culturas
tradicionais captaram este potencial; e) o conhecimento formal, social e biológico,
o conhecimento obtido do estudo dos sistemas agrários convencionais, o
conhecimento de alguns insumos desenvolvidos pelas ciências agrárias
convencionais e a experiência com instituições e tecnologias agrícolas ocidentais
podem se unir para melhorar tanto os agroecossistemas tradicionais como os
modernos; f) o desenvolvimento agrícola, através da Agroecologia, manterá mais
opções culturais e biológicas para o futuro e produzirá menor deterioração cultural,
biológica e ambiental que os enfoques das ciências convencionais por si sós
(Norgaard, 1989).
Dentro desta perspectiva, especialmente ao longo dos últimos 3 anos, o Rio
Grande do Sul vem se transformando em um estado onde existem referências
concretas quanto ao processo de transição agroecológica a partir da adoção dos
princípios da Agroecologia como base científica para orientar esta transição a
estilos de agricultura e desenvolvimento rural sustentáveis. Não obstante, ainda
que o tema, como abordamos acima, tenha sido objeto de discussão em distintos
eventos realizados em todas as regiões do estado e esteja presente em vários
textos e documentos de ampla circulação, continuamos a observar que segue
existindo um uso equivocado do termo Agroecologia e de seu significado.
Por este motivo, nos parece importante reforçar a noção de Agroecologia que vem
respaldando o processo de transição agroecológica em curso com seu caráter
ecossocial, como fazemos neste artigo de opinião. Na prática e teoricamente, a
Agroecologia precisa ser entendida como um enfoque científico, uma ciência ou
um conjunto de conhecimentos que nos ajuda tanto para a análise crítica da
agricultura convencional (no sentido da compreensão das razões da
insustentabilidade da agricultura da Revolução Verde), como também para
orientar o correto redesenho e o adequado manejo de agroecossistemas, na
perspectiva da sustentabilidade.
Assim sendo, o Enfoque Agroecológico, como o estamos entendendo no Rio
Grande do Sul, traz consigo as ferramentas teóricas e metodológicas que nos
auxiliam a considerar, de forma holística e sistêmica, as seis dimensões da
sustentabilidade, ou seja: a Ecológica, a Econômica, a Social, a Cultural, a Política
e a Ética (Caporal e Costabeber, 2002). Partindo desta compreensão, repetimos
que a Agroecologia não pode ser confundida com um estilo de agricultura.
Também não pode ser confundida simplesmente com um conjunto de práticas
agrícolas ambientalmente amigáveis. Ainda que ofereça princípios para
estabelecimento de estilos de agricultura de base ecológica, não se pode
confundir Agroecologia com as várias denominações estabelecidas para identificar
algumas correntes da agricultura “ecológica”. Portanto, não se pode confundir
Agroecologia com “agricultura sem veneno” ou “agricultura orgânica”, por exemplo,
até porque estas nem sempre tratam de enfrentar-se aos problemas presentes em
todas as dimensões da sustentabilidade.
Estas são considerações que julgamos ser de suma importância quando se almeja
promover a construção de processos de desenvolvimento rural sustentável,
orientados pelo imperativo socioambiental, com participação e equidade social,
como já nos referimos em outro texto (Caporal e Costabeber, 2000; 2001).
Referência bibliográficas
CAPORAL, F. R.; COSTABEBER, J. A. Agroecologia e desenvolvimento rural
sustentável: perspectivas para uma nova Extensão Rural. Agroecologia e
Desenvolvimento Rural Sustentável, v.1, n.1, p.16-37, jan./mar. 2000.
CAPORAL, F. R.; COSTABEBER, J. A. Agroecologia e desenvolvimento rural
sustentável: perspectivas para uma nova Extensão Rural. In: Etges, Virgínia
Elisabeta (org.). Desenvolvimento rural: potencialidades em questão. Santa
Cruz do Sul: EDUSC, 2001; p.19-52.
CAPORAL, F. R.; COSTABEBER, J. A. Agroecologia: enfoque científico e
estratégico. Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável, v.3, n.2, p.13-
16, abr./mai. 2002.
CAPORAL, F. R.; COSTABEBER, J. A. Agroecologia: enfoque científico e
estratégico para apoiar o desenvolvimento rural sustentável. Porto Alegre
EMATER/RS, 2002. 54p. (Série Programa de Formação Técnico-Social da
EMATER/RS. Sustentabilidade e Cidadania, texto, 5).
CAPORAL, F. R.; COSTABEBER, J. A. Análise multidimensional da
sustentabilidade: uma proposta metodológica a partir da Agroecologia.
Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável, Porto Alegre, v.3, n.3,
p.70-85, jul./set. 2002.
NORGAARD, R. B. A base epistemológica da Agroecologia. In: ALTIERI, M. A.
(ed.). Agroecologia: as bases científicas da agricultura alternativa. Rio de Janeiro:
PTA/FASE, 1989. p.42-48.
(1) Publicado como “Artigo de Opinião” na Revista Agroecologia e Desenvolvimento Rural
Sustentável, Porto Alegre, v.3, n.2. p.13-16, abr./jun. 2002
(2) (2) Engenheiro Agrônomo, Mestre em Extensão Rural (CPGER/UFSM), Doutor pelo
Programa de “Agroecología, Campesinado e Historia”, Universidad de Córdoba
(Espanha), Extensionista Rural e Assistente Técnico Regional da EMATER/RS-ASCAR.
E-mail: caporal@emater.tche.br
(3) (3) Engenheiro Agrônomo, Mestre em Extensão Rural (CPGER/UFSM), Doutor pelo
Programa de “Agroecología, Campesinado e Historia”, Universidad de Córdoba
(Espanha), Extensionista Rural e Supervisor Regional da EMATER/RS-ASCAR.
E-mail: costabeber@emater.tche.br
http://www.ufrgs.br/agroecologiabr/conceitos_de_agroecologia.htm
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